Andorra la Vella, terça-feira, 27 de abril de 2021
Andorra aspira a receber, pela primeira vez, o evento de esqui alpino mais importante do mundo, em termos de organização e de popularidade. O país dos Pirenéus, com a Federação Andorrana de Esqui (FAE), está prestes a apresentar à Federação Internacional de Esqui (FIS) a sua candidatura para celebrar os Campeonatos do Mundo em 2027. Nunca antes os Pirenéus acolheram uma meta desportiva tão imponente. Começa a contagem decrescente durante a qual, pelo período de um ano, o Principado medirá forças com grandes nomes, como Crans-Montana (Suíça) e Garmisch-Partenkirchen (Alemanha). A resolução sairá da localidade de Vilamoura (Portugal), durante o Congresso da FIS em maio de 2022, com a votação dos 17 membros do Conselho da FIS, que determinarão a sede escolhida.
Dimensão dos Mundiais
Os Campeonatos do Mundo celebram-se a cada dois anos, têm uma duração de mais de 15 dias e disputam-se durante o mês de fevereiro, coincidindo com a temporada alta no sector da neve. O evento compreende 13 provasque envolvem mais de 750 atletas de mais de 70 países. A organização prevê contar com o inestimável apoio de mais de 500 voluntários, a alma do evento. Para a cobertura das corridas no local, esperam-se mais de 1.000 profissionais da comunicação social e as provas serão oferecidas em direto em mais de 100 televisões em todo o mundo. No que respeita à ocupação hoteleira, prevê-se dedicar cerca de 50.000 noites de hotel para alojar os atletas, a família desportiva e os meios de comunicação, entre outros.
Cortina d'Ampezzo (Itália) acolheu a última edição e as estações de Courchevel-Méribel (França) e Saalbach (Áustria) serão as suas próximas sedes, em 2023 e 2025, respetivamente. Pela dimensão e características do evento, a sede é escolhida com
Orçamento operacional de 40 milhões de euros
O orçamento orientativo para organizar os Campeonatos do Mundo ronda os 40 milhões de euros, que provêm dos direitos televisivos e patrocínios, comercializados pela FIS, que transfere para o comité organizador a parte correspondendo às despesas operacionais. Desta maneira, não são necessárias subvenções públicas para cobrir o orçamento operacional, um facto muito relevante, especialmente no momento atual.
Candidatura do país
Andorra apresenta-se como a candidatura de todo um país, uma característica que a distingue das estações que têm sido, tradicionalmente, sede de mundiais. O conceito desportivo baseia-se numa sede compacta, com as corridas localizadas nas conceituadas pistas da Taça do Mundo Avet e Àliga de Soldeu e El Tarter, em Grandvalira, combinado com uma sede ampliada em todo o país, com entrega diária de medalhas e o programa de animação em Andorra la Vella, assim como diversas ações que terão lugar noutros ambientes do Principado. Andorra 2027 conta com o apoio institucional do Governo, dos sete comuns (municípios) e com a adesão das associações hoteleiras e das entidades do tecido empresarial.
Objetivos da candidatura
O plano diretor da candidatura começou a esboçar-se em finais de fevereiro de 2020. Durante mais de um ano, uma pequena equipa dividida em diferentes áreas especializadas trabalhou em profundidade os aspetos conceituais e práticos da organização dos Campeonatos do Mundo em Andorra. A visão do evento fundamenta-se em pilares essenciais que se inspiram nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 das Nações Unidas:
• Sustentabilidade. Contribuir para a construção de um novo modelo de país que permita fazer evoluir a Andorra atual para um modelo sustentável a longo prazo.
• Inclusão. Converter a estação e o país numa fonte de inspiração para diferentes grupos, graças à melhoria de produtos, serviços e infraestruturas integradoras e acessíveis que permitam eliminar barreiras e favorecer a inclusão social e a igualdade de oportunidades.
• Esqui e saúde. Promover desde a primeira infância os hábitos saudáveis incutidos pela prática desportiva e fomentar também a formação contínua para o esqui profissional e de elite.
• Experiência Andorra. Oferecer, durante o evento, a melhor experiência possível à família desportiva, aos espetadores e aos cidadãos do país.
• Marca Andorra. Conseguir a máxima notoriedade para o país, reforçando o posicionamento como destino turístico de neve do mais alto nível mundial.
Trajetória na Taça do Mundo
O acesso à elite do esqui alpino é impulsionado pela FAE e os sectores de Soldeu - El Tarter de Grandvalira há mais de uma década. A celebração de diferentes edições da Taça da Europa marcadas pelo êxito organizativo foi avaliada positivamente pela FIS que, em 2012, atribuiu a Soldeu a primeira Taça do Mundo feminina de slalom e slalom gigante. O caminho continuou com novas oportunidades e desafios de crescimento em experiência organizativa com a celebração de novas Taças da Europa e Finais da Taça da Europa. Em 2016, El Tarter estreou-se no grande circo branco com as provas femininas de supergigante e combinado alpino. A ambição da equipa continuou a avançar e, depois de uma nova edição das Finais da Taça da Europa, Grandvalira organizou as Finais da Taça do Mundo de 2019, com a participação dos 25 melhores esquiadores e esquiadoras do planeta em todas as disciplinas e nas quais se aclamaram Mikaela Shiffrin e Marcel Hirscher como vencedores do Globo de Cristal.
Viabilidade do projeto
Após o balanço satisfatório que a FIS fez sobre a organização das Finais da Taça do Mundo de 2019, foi a própria Federação Internacional a, nesse momento, encorajar Andorra a analisar a viabilidade da realização dos Campeonatos do Mundo no país dos Pirenéus.
Em direto na televisão do país
A atual situação sanitária causada pela COVID-19 impeliu a organização a procurar uma fórmula para chegar a toda a população do Principado. Por esse motivo, o anúncio realizou-se através de um programa especial da Andorra Televisió e em streaming através do seu website. O diretor-geral da candidatura, David Hidalgo, ficou encarregado de dar visibilidade a este momento histórico, no qual também participaram o presidente do Governo de Andorra, Xavier Espot, o presidente de Grandvalira-ENSISA e cônsul de Canillo, Francesc Camp, e o presidente da Federação Andorrana de Esqui (FAE), Josep Pintat.
Durante o programa, também se revelou o logótipo da candidatura, que é a fusão simbólica das emblemáticas pistas Avet e Àliga e representa a flora e a fauna do país dos Pirenéus.